Guerra Rússia-Ucrânia e mercados: os pontos-chave de Ray Dalio

Ray Dalio, co-CIO da Bridgewater Associates, acompanha de perto a invasão da Ucrânia e avalia como sanções e respostas militares podem reverberar sobre a economia global. Veja os destaques de sua análise.

O alcance das sanções

• Até agora, os governos ocidentais buscaram conter os danos sobre Europa e EUA; por isso, evitaram bloquear exportações de energia ou retirar totalmente a Rússia da rede SWIFT.
• Na visão de Dalio, se as respostas ficarem nesse nível, os mercados globais sentirão apenas impactos moderados e Moscou pode aceitar pagar sanções dolorosas porém toleráveis para manter influência sobre a Ucrânia.

Quando o conflito escala

• Enquanto o confronto permanecer contido entre Rússia e Ucrânia, Dalio considera o cenário semelhante a uma negociação prolongada.
• Se a guerra se estender a outras regiões ou envolver contramedidas mais agressivas, o efeito sobre preços de energia, inflação e cadeias industriais tende a ser bem maior.

Como a Bridgewater e outros fundos reagem

• A Bridgewater administra cerca de US$ 150 bilhões para clientes institucionais e não detalhou publicamente os ajustes táticos que está fazendo.
• Outros fundos de Connecticut também preferiram silêncio, um sinal de que a maioria recalibra posições de forma discreta.
• Especialistas lembram que apostas em energia e moedas podem gerar ganhos expressivos para quem antecipa corretamente os choques econômicos.

Volatilidade como oportunidade

• O professor Lawrence J. White (NYU) ressalta que hedge funds lucram em ambientes instáveis porque conseguem precificar cenários rapidamente.
• Depois da pandemia e de outras crises recentes, o setor está habituado à turbulência: segundo a Reuters, os 20 fundos mais rentáveis de 2021 entregaram mais de US$ 65 bilhões a seus clientes.
• A própria Bridgewater saiu de perdas em 2020 para ganhos de US$ 5,7 bilhões em 2021.

A prioridade humana

• Bruce McGuire, presidente da Connecticut Hedge Fund Association, afirma que a preocupação imediata é humanitária: impedir que regimes autoritários intimidem democracias vizinhas.
• O desempenho dos fundos, diz ele, fica em segundo plano frente ao sofrimento da população ucraniana.

Fonte: ctinsider.com