Como a guerra pressiona a recuperação econômica europeia

Destaques

• Inflação e choques comerciais podem frear a retomada e empurrar milhões de europeus para a pobreza.
• Empresas vizinhas à Ucrânia enfrentam queda de exportações, custos de energia mais altos e crédito restrito.
• Políticas públicas coordenadas são essenciais para proteger famílias vulneráveis e evitar falências em massa.

Modelos do Banco Europeu de Investimento (BEI) projetam crescimento do PIB abaixo de 3% em 2022 (ante 4% previstos antes da guerra). Novas sanções ou rupturas na cadeia de suprimentos aumentariam o risco de recessão.

Impacto social

A inflação causada pela guerra reduz o consumo privado em cerca de 1,1% na UE, afetando sobretudo países da Europa Central e Sudeste, onde renda e poupança são menores. Altas de energia e alimentos pesam mais sobre famílias de baixa renda.

Durante a pandemia, políticas de transferência de renda foram vitais para conter a pobreza; agora, medidas direcionadas voltam a ser necessárias para preservar a coesão social.

Empresas sob pressão

Três canais ampliam a fragilidade corporativa:

1. Queda das exportações para Rússia, Ucrânia e Belarus
2. Margens comprimidas por energia e insumos mais caros
3. Crédito mais duro, especialmente para pequenas empresas

Simulações do BEI indicam que a parcela de empresas no prejuízo pode subir de 8% para 15%, e o risco de insolvência de 10% para 17% em um ano. Setores como química, transporte e agronegócio são os mais expostos.

Bancos e finanças públicas

O sistema bancário europeu tem exposição limitada direta à região, mas está reforçando provisões e aperta padrões de crédito, sobretudo no Leste Europeu. Estados-membros sentirão pressão fiscal com maior gasto militar, acolhimento de refugiados e subsídios a energia, enquanto a arrecadação desacelera.

Recursos do Mecanismo de Recuperação e Resiliência podem dar fôlego orçamentário se forem executados rapidamente.

Papel do BEI

O Banco Europeu de Investimento, braço financeiro de longo prazo da UE, atua em 160 países e pretende mobilizar € 1 trilhão em projetos climáticos até 2030. Ao menos 50% do financiamento até 2025 terá foco em sustentabilidade, alinhado ao Acordo de Paris.

Fonte: Banco Europeu de Investimento (eib.org)